sexta-feira, 14 de junho de 2013

A tristeza....






Estar apaixonado. Estar completamente só...
É assim que começa... a tristeza mais doce e amarga que nos é dado a conhecer. A fome, o isolamento que precedem a iniciação.
(...)
Com um corpo composto por milhões de células, a tristeza cresce, cresce, cresce, alimenta-se de si própria, renova o milhão de seres que a constituem, transforma-se no próprio mundo e em tudo aquilo que existe ou no enigma que lhe responde. Tudo se desvanece, excepto a tortura. As cosias são como são. Eis o perpétuo tormento... E pensar que bastaria matarmo-nos para resolvermos o enigma! Mas será realmente uma solução? Não será ligeiramente ridículo? O suicídio moral é muito mais fácil. Adaptar-se à vida, como é costume dizer-se. E não às coisas como deveriam ser.
 
Henry Miller, in O Mundo do Sexo

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