domingo, 12 de maio de 2013

Escreve a tua história da forma como a vês, se não a vires, ainda assim escreve-a...


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Há quem que escreva o livro da sua vida sem nunca mudar de espaço. Uma história contínua, regular. Sem muitas personagens, de recursos estilísticos singelos. Nada de analepses e prolepses. Nada de metáforas a complicar. Uma historia simples, uma história de amor, escrita em forma de diário porque, por vezes o caminho para a felicidade é mesmo o mais fácil, aquela recta que se estende perante os nossos olhos e acaba onde o sol se põe. Outras há que pululam entre capítulos inacabados. Que escrevem folhas soltas que depois não casam entre si. Que viajam no tempo entre recordações e desejos, entre o que foi, o que teria sido e o que talvez possa vir a ser. Que mudam o espaço, e abrem sempre a porta a uma nova história. Onde personagens e  narrador se confundem, onde os papéis não estão muito definidos porque o narrador desta história não é omnisciente. E ele sabe-o. Uma história que se perde nas histórias dos outros. Uma história não de amor mas, de amores. Carnais, intelectuais,  platónicos, reais, comuns, anormais, sofridos, renegados, explícitos, dissimulados, breves, eternos, avassaladores, construtivos...  Tudo cabe nestas páginas que se acumulam formando um cartapácio de difícil leitura e árdua interpretação. São incapazes de seguir caminhos por outros traçados. Fazem do seu caminho um labirinto que, acreditam possa desaguar na felicidade, resta-lhes encontrar a saída, o que poderá acontecer apenas na última página, mesmo antes da palavra "Fim".


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