Nem sempre o espelho devolve o teu reflexo....

O momento em que acordas de manhã, mesmo antes de molhares o rosto, de ajeitares o cabelo desgrenhado, mesmo  antes de os pensamentos te assaltarem. Aquele momento em que despertas do sono e do sonho, com os sentidos ainda entorpecidos. Reconheces o reflexo no espelho? Quantos de nós podem afirmar que se conhecem a si próprios? Quantos de nós sabem do que são capazes? de como reagiriam em determinada situação? das opções que tomariam? as escolhas que fariam? do caminho a seguir? do que realmente querem?
Eu não me conheço. Não sei do que sou verdadeiramente capaz, desconheço a profundidade da minha força, talvez porque ainda não lhe testei o limite. As minhas reacções são sempre uma incógnita, principalmente para mim. Sou uma caixinha de surpresas, nem sempre agradáveis. Uma variável impossível de determinar. Uma equação sem resultado. Posso tudo ou talvez  nada. Sou capaz de ferir? de matar? sou capaz de fechar os olhos e saltar para o vazio? sou capaz de esquecer? de perdoar? de embarcar numa aventura só pela adrenalina? de largar tudo por um amor? a todas estas questões a minha resposta é um conclusivo e esclarecedor talvez. Porque me conheço e tenho consciência do meu auto desconhecimento.  Porque sou incapaz de dizer: eu nunca. Porque da vida espero sempre o inesperado. Porque o desconhecido é mais apetecível que o conhecido e a segurança é sobrevalorizada....