quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Queres? Toma.

Em 1890, Lord Salisbury entrega um memorando a Portugal onde exigia a retirada das forças militares dos territórios ocupados entre Angola e Moçambique. Aquele que era o mais antigo aliado do nosso país, coloca o rei e o governo entre a espada e a parede. Estes cedem e acabam por sucumbir, perante a revolta dos republicanos e do povo (em particular o povo do norte). Este episódio deu origem ao nosso hino e consta nos anais da história como uma das maiores humilhações da nossa pátria.
Sou completamente avessa a ameaças e ultimatos e, não tenho problema algum em pagar para ver (nortenha até ao tutano, não há como escapar...) Decido sempre contra o chantageador, mesmo que o preço seja alto. Neste aspecto sou como os yankee: never negotiate with terrorists. No lugar do Rei D. Carlos I, tinha mandado os ingleses agarrarem-se à 5ª pata do cavalo, com muita classe claro! Quem me chantageia, de mim só leva uma coisa, um belo de um manguito (também com muita classe claro!). É que o problema de ceder a chantagem, não é apenas o precedente que se abre, é o orgulho que se fere, o rótulo de fraco que se cola, a raiva que silenciosamente nos vai corroendo.
É mesquinho e baixo recorrer a este tipo de persuasão e, pode até dar certo durante algum tempo mas, no longo prazo nunca resulta. Além disso demonstra falta de inteligência para argumentar e expor a sua razão, levando a outra parte a negociar, a entrar numa situação em que ganhariam os dois. Não falo em termos económicos, onde o canibalismo é regra mas, nas relações sociais, aproveitarem-se de uma posição supostamente dominante para daí retirar mais valias é execrável, nas amorosas então, é imperdoável e marca sempre o início do fim... Uma das lições que tenho sempre presente é a de que "ninguém é insubstituível"  por melhor que sejamos, um dia acabaremos todos no jardim das cruzes e a vida seguirá sem nós.   

(Havia aqui abertura para expor a minha teoria sobre as relações luso britânicas, em que sustento que o problema não é eles serem arrogantes é nós sermos submissos e, citaria o caso do Mourinho só para provar que quando lhes falamos olhos nos olhos, de igual para igual eles  baixam a bolinha mas, fica para uma outra vez...)

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