domingo, 5 de agosto de 2012

O nojo dos eternos autarcas, ou de como um parasita nos destrói os ideais.

Há dias, o exmo. sr. presidente da câmara de Guimarães (cidade que não sendo a minha terra natal, passei a maior parte da minha vida) veio a público dizer que talvez se candidate a outro município nas próximas eleições autárquicas. Ora, este senhor é presidente da Câmara Municipal de Guimarães há 20 ou 30 anos (sinceramente perdi a conta) e agora, devido à lei da restrição de mandatos eleitorais, uma das poucas coisas de jeito que o sacana do Sócrates fez, terá de se despedir da sua cadeira. Este é um exemplo claro da vergonha que é a política nacional e de como certas pessoas ocupam e se eternizam nos cargos, distorcendo completamente o conceito de cargo político tornando-o sinónimo de profissão. Este senhor é um tacanho, um tirano que sempre teve um assustador brio em afirmar a sua autoridade. Tomou algumas medidas acertadas em relação à cidade mas, sempre se opôs ao crescimento e à  assimilação de uma multiculturalidade própria das cidades. Guimarães é uma cidade bonita, pitoresca mas, com uma mentalidade de aldeia. É um burgo onde o Sr. Magalhães se julga rei e senhor. Dirão vocês: mas o homem ganha eleições, é eleito pelo povo, afinal estamos num país democrático! Verdade, ele ganha eleições. Mas não as ganha porque é um bom político, que não é, nem por ser um bom presidente de câmara, que também não é. Ganha porque percebeu a melhor fórmula de controlar o eleitorado - comprando-o. Neste município, rara é a pessoa que não tenha pelo menos um familiar a trabalhar para a câmara ou para uma empresa municipal. Para terem uma ideia, os jantares do Partido Socialista, nesta cidade, têm uma adesão verdadeiramente assustadora, tal é a horda de pessoas que devem favores ao partido. Um dia que esta força política perca as eleições, os outros partidos todos juntos, não terão pessoas suficientes para preencher os tachos que actualmente existem e que se foram acumulando ao longo das últimas décadas. E é assim que este tirano vai conseguindo enganar o povo, um povo sem orgulho que vende o seu voto por um cargo, um caminho alcatroado ou um qualquer elefante branco. Um povo sem sentido crítico que não se questiona sobre determinados factos dúbios e relações promiscuas. Um povo que fecha os olhos quando o Magalhães usa e abusa da autoridade, berrando e insultando a oposição em total desrespeito pelas instituições democráticas. Um autarca que não respeita os ideais de Abril e, sem qualquer pudor, condena publicamente as freguesia onde não recolheu a maioria dos votos ao ostracismo.
Este homem representa tudo o que abomino em política. Terei, talvez, uma ideia demasiado romântica mas, acredito que, em algum momento das nossas vidas, todos nós deveríamos desempenhar um cargo público, isso dignificaria a política e aproximaria os cidadãos da gestão do seu país, da coisa pública. Não acredito em carreiras políticas pois, não acredito que alguém que não tenha passado pelas dificuldades impostas pela vida profissional  seja um bom decisor. Infelizmente, a falta de princípios e de vergonha na cara destas pessoas, vai fazer com que estes parasitas do serviço público não desapareçam, apenas mudem de poiso.
E assim a política e o país continuarão pobres... 

3 comentários:

Gija disse...

E o pior é que como ele há muitos no nosso país!!! Mas mesmo assim tendo de conviver com estes parasitas, não acho que devamos perder os nossos ideais e nem deixar de lutar por eles, pois se o fizermos aí sim os parasitas ocupam tudo...Miss S tenho fé em ti, sabemos que a pequena é brava e que dá luta a esses parasitas...

Mona disse...

PUTA que os pariu!
Era bonito de se ver o Magalhães ia pa Braga e o Mesquita pa Guimarães, pois tb é outro que tal!

Nadinha de Importante disse...

Concordo completamente... não conheço Guimatães, nem esse senhor, mas conheço perfeitamente o que tu dizes!! O que não falta é gente incompetente, em cargos políticos!!!

Quando comecei a trabalhar, sim para uma câmara, o gabinete com o qual me relaciono tinha 3 funcionárias, e eram suficientes. Hoje e passados 8 anos o mesmo gabinete tem 8 funcionárias, não faço ideia do que elas fazem, o meu contrato continua precário, e fico sempre sem trabalhar durante dois meses!! Mas os novos 5 trabalhadores, todos licenciados, são primos, vizinhos e amigos do presidente!!!